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Dia Internacional da Síndrome de Down: Câmara dá exemplo de integração

Através de oportunidade de estágio, Victor e Vitoria são colaboradores nos setores do legislativo municipal
Dia Internacional da Síndrome de Down: Câmara dá exemplo de integração

Fotos: Allan S. Ribeiro/ Newton Barbosa

Uma síndrome, não uma doença.  No Dia Internacional das pessoas com síndrome de Down, ainda há muitas dúvidas a serem esclarecidas, mas uma certeza ganha cada vez mais força; a certeza da capacidade dessas pessoas. No Brasil, oito mil bebês nascem por ano com a síndrome. Cerca de 350 mil famílias tentam todos os dias diminuir as limitações e encontrar mais espaços, mais oportunidades, principalmente no mercado de trabalho.

Pensando nisso, desde abril do ano passado, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto abriu duas vagas para contratação de estagiários com a síndrome. Atualmente, Victor e Vitória participam da rotina diária do legislativo, fazendo diversas atividades e principalmente, dando exemplo de superação a todos os funcionários. Victor Hugo Cainelli tem 28 anos e foi o primeiro a ser contratado, ainda em 2017. Ele já passou por alguns departamentos da Casa até chegar a Comunicação. Sempre muito atencioso, faz questão de cumprimentar quem encontra. Dentro do setor o rapaz é concentrado e ajuda em várias tarefas.

Já Victoria Silva Castro foi contratada recentemente e tem como principal característica a organização, por isso foi logo para a Coordenadoria Administrativa, onde ajuda no atendimento e também na arrumação dos processos internos. Pela capacidade de manter tudo em ordem, a moça vem ganhando muitos elogios dos colegas. Para o diretor administrativo da Câmara, Jonatas Samuel, essa é uma oportunidade que, com certeza, vai fazer toda a diferença na vida desses jovens. "Nosso convívio diário não poderia ser melhor. Eles são muito dedicados e executam muito bem todas as demandas. Tenho certeza de que ambos estão evoluindo a cada dia e isso vai ser muito bom para o desenvolvimento pessoal e profissional deles", disse Jonatas.

O presidente da Câmara, vereador Igor Oliveira, apoia a ideia e já pensa em ampliar o número de estagiários com a síndrome. Para ele, é preciso dar oportunidade às pessoas que tem Down e mostrar que elas são capazes. "Eu não tinha dúvidas quanto à capacidade das pessoas com síndrome de Down. Victor e Vitoria são comprometidos, atenciosos e podem desenvolver várias tarefas. Nossa missão aqui é dar oportunidade a eles e transformar o ambiente de trabalho em um local saudável para o convívio de todos. Temos a intenção de ampliar essa ideia e contar com mais estagiários com Down", afirmou Igor.

A síndrome

A Síndrome de Down foi descoberta em 1862, pelo médico britânico John Langdon Down. Ela é causada pela presença de 3 cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção. As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos no núcleo das células em vez de 46, como é comum. O Brasil possui uma população de 350 mil pessoas com síndrome de Down, um para cada 750 nascidos. Em 155 anos, a discussão acerca da síndrome avançou consideravelmente nos campos da ciência e da sociedade, de forma especial nas últimas três décadas, mas ainda está longe de ser ideal. A lei da inclusão garante o acesso à educação para quem tem algum tipo de deficiência. "Hoje a pessoa com síndrome estuda, se forma, tem profissão, se relaciona, se casa e é integrado nos grupos sociais. A expectativa de vida chega aos 70 anos. Creio que basta apenas incentivarmos. Capacidade eles têm de sobra!" – finalizou o presidente.

Por Assessoria da Presidência